29 de mai. de 2006

De palavrões e obscenidades


Essa é meio velha, mas é bem interessante
É uma pena que não possamos utilizar sempre... Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzam com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. Pra caralho, por exemplo. Qual expressão traduz idéia de maior quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática, física. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, ela é gostosa pra caralho, entende? No gênero do "Pra caralho", mas no caso expressando a mais absoluta negação está o famoso e crescentemente utilizado "Nem fodendo. "Nem fodendo" é irretorquível, liquida o assunto. Te libera, com a consciência e o ego tranqüilos, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir à boate? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Ô moleque, presta atenção, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai de carona e você fecha os olhos e volta a curtir a sua Playboy do mês. Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês vêem, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um Puta-que-o-pariu dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cú!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cú!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Quer saber mesmo de uma coisa? Vai tomar no olho do seu cú!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta sua auto-estima, te torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Te liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho mesmo? Então foda-se!" O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na constituição brasileira. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se. Sei que este texto é grande PRA CARALHO, e que você não vai tirar PORRA NENHUMA de proveito dele, mas eu não poderia deixar de postá-lo NEM FODENDO, e se você quiser me mandar à PUTA QUE PARIU por isso, FODA-SE!!!

4 comentários:

Irmão Fabiano disse...

Realmente, os palavrões são a síntese perfeita de uma determinada sensação ou sentimento, numa linguagem quase que universal.

Poderíamos enquadrar outras expressões, como o novel "vem nimim", "beija-cú" e "eu quero é dar".

Ir. Éder, acho melhor colocar a fonte do texto, se tiver.

Irmão Eder disse...

Pior é que não tenho a fonte, não lembro de onde tirei, e peguei de um email que enviei pra irmandade em 2004. Se tivesse a fonte, iria creditá-la com certeza. Se o dono se manifestar, dou-lhe o devido e merecido crédito.

Colpani disse...

O problema é quando só os palavrões não dão conta de tirar o estress do dia a dia. Dai necessítasse da pancada, da porrada, da bordoada acompanhada de belos palavrões.
É estranho o palavrão "eu quero dar" ter se originado em um colégio religioso. Já pensaram nisso?

Anônimo disse...

porra,caralho maior disbunde !!!!