A muito tempo atrás a Irmandade Veio Rosa resolveu fazer um acampamento na chácara do Irno (acho que era esse o nome do sujeito).O cara era tio do primo do pai do irmão Colpani(???) Na verdade era o segundo acampamento, mas o primeiro o qual eu ia (meu pai não deixou eu ir no primeiro).
O pai do irmão Fabiano ficou responsável por levar toda a molecada. Como planejado, todos estavam no local e no horário: irmões Rossoni, Daluz, Fabiano, Colpani e Eder.
Chegando ao destino avistamos um longo prado onde as vacas pastavam. Logo abaixo havia alguns açudes e mais adiante, junto ao bosque, o local onde decidimos acampar. O local era uma pequena clareira onde a barraca poderia ser fixada. Após descarregarmos todos os itens começamos a montar a barraca. A barraca era daqueles modelos antigos, com muitas barras de ferro e difícil de montar(como acampar é fácil nos dias atuais). Depois de muito trabalho, finalmente ela estava em pé. O próximo objetivo era achar lenha para a fogueira. Adentramos o bosque e trouxemos alguns gravetos e uns pedaços maiores de madeira. Seriam suficientes para a primeira noite.
O objetivo seguinte era “achar” um banheiro. Eu sei que da pra fazer as necessidades em qualquer lugar no mato, mas existia o risco de algum distraído, posteriormente olhar para a sola de seu tênis e dizer: MERDA!
Achamos uma espécie de T de madeira cravado no chão, onde a parte superior do T era fixada por um parafuso e móvel. Fizemos uma valeta semi-circular onde os dejetos seriam enterrados. A pessoa deveria sentar no T e fazer o nº 2. Caso enchesse, era só rodar o T. O mais engraçado era ver o cara ir ao “banheiro” levando papel-higiênico e uma enxada(houve uma tentativa frustrada de fotografar o irmão Colpani em ação, mas o mesmo se perdeu e foi cagar no mato).
A primeira noite foi comemorada com a luz de fogueira, músicas do Legião Urbana tocadas no violão pelo irmão Daluz e muita cachaça. Cachaça essa que provocou uma reação alérgica (pode ter sido um mosquito também) que fez com que o beiço do irmão Colpani parecesse com o Mussum de tão inchado.
Nos dias seguintes ficou evidente que catar graveto não servia pra sustentar uma fogueira a noite toda. Era necessário mais madeira. Resolvemos derrubar um pé de angico. Eita madeira dura. Depois de muito esforço demos a última machadada. Esperamos ver a árvore cair e ...nada. A árvore estava cortada e permanecia erguida. As forças do senhor oculto defensor dos Angicos da floresta não queria que ela caísse.
Cipós. Essa era a resposta. O angico estava enredado em um monte de cipós. Deu mais trabalho arrancar o desgraçado do que cortar (e olha que já tinha dado trabalho).
Madeira: OK. Faltava agora comida. Havíamos levado pão e macarrão. Pela manhã o cardápio era pão com doce de leite e café filtrado em meia garrafa de cachaça (algum gênio esqueceu de levar o suporte de coador e tivemos que improvisar com metade de uma garrafa de cachaça). Voltando a comida, tínhamos duas possibilidades naturais de comida. Peixes e pombas (ambientalistas e membros do Greenpeace que estejam lendo isso: não tínhamos fim comercial, apenas sobrevivência, ou vontade de matar. Quem sabe?!)
Um grupo ficou encarregado da pesca(Rossoni, Colpani e Fabiano) e outro (Daluz e Eder) das pombas. A pescaria foi uma frustação. Não tínhamos varinha nem anzol, somente uma redinha. A estratégia era a seguinte: em um córrego do rio eu e Colpani segurávamos a redinha enquanto de longe o Fabiano vinha correndo e espantando os peixes para o nosso lado. Final da história: peixes 1 x 0 irmandade. Não pegamos nem sequer um.
No outro lado da história o Daluz e o Eder tentavam abater pombas com uma espingarda de pressão. O Daluz se aproximou lentamente, mirou em uma pomba que estava sob o galho de uma arvore. Bang! Neste momento, o grupo da pescaria voltava frustado e observava de longe a cena.
Após o tiro, a pomba, que havia sido alvejada, olhou para trás, fez Gruuuu (barrulho típico das pombas) e saiu voando. A porcaria da espingarda não tinha força nem pra matar uma pomba.
O que ninguém havia percebido é que outro caçador observava sua presa. A poucos metros de distância de Daluz e Eder, um grande touro partia em investida contra os mesmos. Os dois saíram correndo, mas o touro se aproximava. A poucos centímetros de atingi-los os dois pularam em um açude próximo. Nisso, Colpani, que vinha atrás grita: Não molha a espingarda. Daluz, neste momento já na metade do açude e com a espingarda pingando sobre sua cabeça responde: Pode deixar.(mais tarde a espingarda foi vendida em um ferro-velho e compramos 5 paçocas com o dinheiro)
Sem carne para a janta, a saída foi comer mortadela assada em espeto de madeira e ver o Daluz guspir cachaça na fogueira e bravejar: Ssssou o senhorrr do ‘icc’ fooggoo. (mais um nome estranho para a coleção de apelidos que o mesmo têm).
Os outros dias seguiram mais brandos, dando ênfase para o banho de lama cheia de vermes brancos com muitas pernas e o maravilhoso banho da água limpa do açude onde os porcos cagam.
Chegando em casa estava irreconhecível ( e fedendo muito). Meu cabelo estava uma palha, sujo e espetado. Minha pele era multicolorida e todas as minhas roupas, principalmente as meias brancas (sim, fui burro o suficiente para levar meias brancas em um acampamento) eram de um tom marrom.
Provavelmente foi o melhor acampamento que já tive. Outros foram feitos depois, mas nunca de maneira tão simples e natural como esse.
Fica apenas a saudosa lembrança.
O pai do irmão Fabiano ficou responsável por levar toda a molecada. Como planejado, todos estavam no local e no horário: irmões Rossoni, Daluz, Fabiano, Colpani e Eder.
Chegando ao destino avistamos um longo prado onde as vacas pastavam. Logo abaixo havia alguns açudes e mais adiante, junto ao bosque, o local onde decidimos acampar. O local era uma pequena clareira onde a barraca poderia ser fixada. Após descarregarmos todos os itens começamos a montar a barraca. A barraca era daqueles modelos antigos, com muitas barras de ferro e difícil de montar(como acampar é fácil nos dias atuais). Depois de muito trabalho, finalmente ela estava em pé. O próximo objetivo era achar lenha para a fogueira. Adentramos o bosque e trouxemos alguns gravetos e uns pedaços maiores de madeira. Seriam suficientes para a primeira noite.
O objetivo seguinte era “achar” um banheiro. Eu sei que da pra fazer as necessidades em qualquer lugar no mato, mas existia o risco de algum distraído, posteriormente olhar para a sola de seu tênis e dizer: MERDA!
Achamos uma espécie de T de madeira cravado no chão, onde a parte superior do T era fixada por um parafuso e móvel. Fizemos uma valeta semi-circular onde os dejetos seriam enterrados. A pessoa deveria sentar no T e fazer o nº 2. Caso enchesse, era só rodar o T. O mais engraçado era ver o cara ir ao “banheiro” levando papel-higiênico e uma enxada(houve uma tentativa frustrada de fotografar o irmão Colpani em ação, mas o mesmo se perdeu e foi cagar no mato).
A primeira noite foi comemorada com a luz de fogueira, músicas do Legião Urbana tocadas no violão pelo irmão Daluz e muita cachaça. Cachaça essa que provocou uma reação alérgica (pode ter sido um mosquito também) que fez com que o beiço do irmão Colpani parecesse com o Mussum de tão inchado.
Nos dias seguintes ficou evidente que catar graveto não servia pra sustentar uma fogueira a noite toda. Era necessário mais madeira. Resolvemos derrubar um pé de angico. Eita madeira dura. Depois de muito esforço demos a última machadada. Esperamos ver a árvore cair e ...nada. A árvore estava cortada e permanecia erguida. As forças do senhor oculto defensor dos Angicos da floresta não queria que ela caísse.
Cipós. Essa era a resposta. O angico estava enredado em um monte de cipós. Deu mais trabalho arrancar o desgraçado do que cortar (e olha que já tinha dado trabalho).
Madeira: OK. Faltava agora comida. Havíamos levado pão e macarrão. Pela manhã o cardápio era pão com doce de leite e café filtrado em meia garrafa de cachaça (algum gênio esqueceu de levar o suporte de coador e tivemos que improvisar com metade de uma garrafa de cachaça). Voltando a comida, tínhamos duas possibilidades naturais de comida. Peixes e pombas (ambientalistas e membros do Greenpeace que estejam lendo isso: não tínhamos fim comercial, apenas sobrevivência, ou vontade de matar. Quem sabe?!)
Um grupo ficou encarregado da pesca(Rossoni, Colpani e Fabiano) e outro (Daluz e Eder) das pombas. A pescaria foi uma frustação. Não tínhamos varinha nem anzol, somente uma redinha. A estratégia era a seguinte: em um córrego do rio eu e Colpani segurávamos a redinha enquanto de longe o Fabiano vinha correndo e espantando os peixes para o nosso lado. Final da história: peixes 1 x 0 irmandade. Não pegamos nem sequer um.
No outro lado da história o Daluz e o Eder tentavam abater pombas com uma espingarda de pressão. O Daluz se aproximou lentamente, mirou em uma pomba que estava sob o galho de uma arvore. Bang! Neste momento, o grupo da pescaria voltava frustado e observava de longe a cena.
Após o tiro, a pomba, que havia sido alvejada, olhou para trás, fez Gruuuu (barrulho típico das pombas) e saiu voando. A porcaria da espingarda não tinha força nem pra matar uma pomba.
O que ninguém havia percebido é que outro caçador observava sua presa. A poucos metros de distância de Daluz e Eder, um grande touro partia em investida contra os mesmos. Os dois saíram correndo, mas o touro se aproximava. A poucos centímetros de atingi-los os dois pularam em um açude próximo. Nisso, Colpani, que vinha atrás grita: Não molha a espingarda. Daluz, neste momento já na metade do açude e com a espingarda pingando sobre sua cabeça responde: Pode deixar.(mais tarde a espingarda foi vendida em um ferro-velho e compramos 5 paçocas com o dinheiro)
Sem carne para a janta, a saída foi comer mortadela assada em espeto de madeira e ver o Daluz guspir cachaça na fogueira e bravejar: Ssssou o senhorrr do ‘icc’ fooggoo. (mais um nome estranho para a coleção de apelidos que o mesmo têm).
Os outros dias seguiram mais brandos, dando ênfase para o banho de lama cheia de vermes brancos com muitas pernas e o maravilhoso banho da água limpa do açude onde os porcos cagam.
Chegando em casa estava irreconhecível ( e fedendo muito). Meu cabelo estava uma palha, sujo e espetado. Minha pele era multicolorida e todas as minhas roupas, principalmente as meias brancas (sim, fui burro o suficiente para levar meias brancas em um acampamento) eram de um tom marrom.
Provavelmente foi o melhor acampamento que já tive. Outros foram feitos depois, mas nunca de maneira tão simples e natural como esse.
Fica apenas a saudosa lembrança.
5 comentários:
1) Em vez de tentar espantar os peixes dentro d'água, vcs deveriam deixar a rede no fundo da água, presa por fios/barbantes ou algo do tipo. Jogar farelo de pão sobre a água, em cima da rede. Quando os peixes forem comer o farelo, é só levantar a rede.
2) Vcs deveriam tentar comer qualquer outro tipo de pássaro (exceto urubu). Pombas possuem doenças, mesmo as que vivem no campo.
euri
Boa, Diogo. Alguns fatos meio distorcidos (maldita pinga vagabunda de R$ 0,99!), mas está muito bom o texto.
Tenho fotos deste acampamento. Assim que der um tempo, postá-las-eu.
Minha memória é distorcida ahuiahaiuhai
Bouuuuaaaaaa!!! Esse acampamento foi doido... Teve aquela que a gente foi pegar rã e o Daluz, se cagando todo no meio da noite com medo das cobras, falava para voltarmos. Ai, quando a gente achava que já tinha rã suficiente para o almoço o Daluz olhou o saco e, no fundo, estava furado. Resultado: nenhuma rã.
O beiço foi um mosquito.
Tínhamos 24 litros de água, por isso precisamos lavar as louças no açúde, onde os porcos estavam.
Show de bola!
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