A 29 de Julho de 1973, milhões de pessoas assistiam ao Grande Prémio da Holanda de Formula 1 aguardando o duelo entre o escocês Jackie Stewart, da Tyrrell, e o brasileiro Emerson Fittipaldi, da Lotus. Mais cedo assistiriam, ao vivo, a uma das cenas mais chocantes da história do automobilismo. Sumariamente fotografada e registada, a morte do piloto inglês Roger Williamson e as tentativas infrutíferas do seu compatriota David Purley de o salvar, cenas que até mesmo quem não gosta de automobilismo se emocionou.


Testemunha do acidente, David Purley para o seu March e corre em direção a Williamson, tentando desesperadamente virar o carro ao contrário, pois sabia que ele ainda estava vivo. Entretanto, o fogo se espalhava e os comissários de pista assistiam passivos ao que se passava. De dentro do cockpit e em meio as labaredas, Williamson olha para seu amigo e grita: “Pelo Amor de Deus, David, tira-me daqui!”. Purley fazia o impossível, e pedia aos comissários para o ajudar. Mas estes não o fizeram, e para piorar as coisas, a organização não tinha interrompido a corrida, limitando-se a assinalar o local com uma bandeira amarela. Um equivoco fatal!


Desolado, Purley caminhou para fora dali. Quando os comissários finalmente apagaram o incêndio é que viram a realidade. O promissor piloto inglês de 25 anos, que tinha ganho tudo na Formula 3 britânica, estava morto na sua segunda corrida da carreira. O resto não teve importância: Jackie Stewart ganhou, seguido do seu companheiro Francois Cevért, e do inglês James Hunt, num March do seu amigo Lord Hesketh.


O acidente tinha sido visto por milhões de pessoas no mundo inteiro, causando profundo impacto. Para alguém como Jackie Stewart, um paladino pela segurança na Formula 1, foi demais, e parece que foi nesse momento que decidiu retirar-se da competição no final da temporada. Anos mais tarde, disse que ele e sa mulher, Helen, tinham começado a contar todos os amigos que tinham morrido em competição. Parou nos 53.

Procurando um bode espiatório, os organizadores holandeses afirmaram que Williamson tinha morrido no impacto. O inquérito subsequente confirmou a versão de Purley: que Williamson estava vivo no momento do impacto, e que só tinha sofrido escoriações. O primeiro caminhão de bombeiro só chegou ao local oito minutos depois, tarde demais para socorrer o piloto britânico. Houve casos de espectadores que queriam ajudar Purley a virar o March, mas estes foram rechaçados por polícias com cães. Ed Swarts, o director da prova daquele ano, tentou anos depois justificar-se: “Foi tudo uma terrível má interpretação do que estava a acontecer.

Purley ficou desolado por não o ter salvo. Mas o seu gesto fez com que fosse condecorado com a George Medal, a condecoração civil mais alta de Inglaterra por bravura. E recebeu mais doze prémios semelhantes… As fotografias do acidente, e subsequente tentativa de salvamento, foram tiradas pelo holandês Cor Mooij, que em consequência, recebeu o prémio World Press Photo desse ano.

O vídeo do acidente:


6 comentários:

Carrasco disse...

Emocionante

Sexo disse...

Amigo é amigo, Filhas da Puta são Filhas da Puta....


Chorei.

Anônimo disse...

Sem dúvida, uma das maiores manifestações de amor pelo próximo que eu já assisti em minha vida. Sem mais comentários...

Anônimo disse...

Sem palavras...

Anônimo disse...

Caraca!

Kleber Joalan disse...

Queriia saber se fosse um dos amigos desses organizadores...Mais como era só a segunda corrida do Roger...Os caras sossegaram e um verdadeiro amiigo naum conseguiiu sauva-lo..E ficou com a conscienciia pesada pois seu amiigo pediu pra não deixa-lo morrer....Triste!