O OMEdI foi o primeiro grande parceiro e a inspiração para a criação do blog da Irmandade. Não nos ajudou a construir templates, dicas ou modelos de formatação, mas o "velho" Castrezana sempre tinha um olhar para nós.

De altos e baixos o OMEdI criou outas quimeras, seres que resolveram confeccionar um blog justamente porque viam no referido site algo inovador, diferente, um modo de se expressar sem muito trabalho ou suor.
Dia 19 Rodolfo, o criador e mantenedor do OMEdI completou "37 primaveras". Em comemoração, não deve ter feito nada, mas publicou este excelente post na sua menina dos olhos.
"Aos nove
Trinta e sete primaveras hoje. Estou ficando velho. Mas não me sinto velho, muito pelo contrário, sou cada vez mais um grande garoto. Até pela completa falta de responsabilidade que é a minha vida. Não tenho família para cuidar, acordo tarde, trabalho em casa, não uso relógio nem tenho celular, aposentei meu carro e só ando de bicicleta para cima e para baixo. Estou no melhor da minha forma física (e olha que ainda não alcancei o melhor mesmo), com uma vida sexual tão (ou mais) ativa quanto quando eu tinha vinte e quatro anos, cabeça no lugar, idéias claras e objetivos muito simples.
"You’ll figure that out. The more you know who you are, and what you want, the less you let things upset you."
Bob Harris (Bill Murray) em Lost in Translation
Eu tenho uma teoria para explicar como nossa consciência cresce. O que, quem e como somos varia (e muito) graças ao ambiente e oportunidades que temos em nossas vidas. Tem muito moleque que precisa virar gente grande logo cedo pelo que a vida lhe oferece, tem muita adolescente que tem a vida completamente mudada por uma gravidez inesperada, ou pessoas que por causa de um acidente tem a direção da vida modificada brutalmente. A vida molda como somos, sem que tenhamos nenhum controle sobre isso. Nosso futuro depende, além de uma boa dose de visão e bom senso (coisas que não temos sem experiência), de muita sorte.
Mas vamos à minha teoria: A maioria de nós só cresce depois de uma certa idade. Do nascimento até o início da adolescência (lá pelos doze, treze anos) somos nada. Estamos em formação, absorvendo, aprendendo, crescendo. Não pensamos, apenas recebemos a informação. Estamos dormindo.
Do início da adolescência até uns dezoito, dezenove anos passamos ao estado de ebulição, não somos mais crianças, não somos adultos ainda, não nos sentimos pertencentes a nenhum espaço. As informações que recebemos antes está sendo processada e aquele sono tranquilo começa a ficar perturbado. Ainda estamos dormindo.
No começo da idade adulta, lá pelos vinte anos começamos a despertar, começamos a tentar entender realmente o que está acontecendo. Mas o sono e o instinto sexual atrapalham o despertar, levamos mais um bom tempo para conseguir fazer a poeira baixar. E alguns anos depois finalmente acordamos.
Eu acordei com vinte e oito anos. Foi quando eu tive a verdadeira noção de que eu era um adulto, com responsabilidades. Passei a perceber e entender com mais clareza a vida, as pessoas, as coisas como são. Por uma escolha pessoal (passível de críticas e penalidades) decidi continuar como um grande garoto. Sempre achei a vida curta demais e não acredito que valha a pena passar por ela sem se sentir vivo. Para algumas pessoas trabalhar, ficar rico, sentir-se superior às outras pessoas, conquistar objetivos difíceis é seu modo de viver. O meu sempre foi sentir o ar no rosto, colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilo, sem maiores preocupações. Uma vida simples.
Pela minha teoria hoje faço nove anos de idade e não trinta e sete. No final das contas, foram nove ótimos anos, bem vividos, que me fizeram muito bem e me transformaram em uma pessoa muito melhor do que eu esperava me transformar. Claro que sob o meu ponto de vista, mas pela minha experiência a vida deve ser vivida assim, pelo seu próprio ponto de vista. É você quem sente, é você quem sofre, é você quem deve viver feliz."
Parabéns "Castreza". De toda a Irmandade.


0 comentários:
Postar um comentário