O Dogma do Black Zombie é, na minha opinião, o bloggeiro que melhor resenha filmes. Sua opinião é sincera e, melhor de tudo, extremamente bem escrita (o jogo de palavras, citações, metáforas e outras figuras de linguagem possuem forte efeito persuasivo nos leitores).
Depois de escrever a resenha de Rocky Balboa, resolvi passar no supra citado blog para ver se o Dogma já havia escrito alguma coisa. Esperava, não nego, que o Black Zombie detonaria o último episódio da saga Rocky e, para minha supresa, fez consideráveis elogios à Stallone e à película protagonizada pelo Garanhão Italiano.
Curiosos? Segue um trecho do comentário de Dogma sobre Rocky Balboa:
"Em certo momento de Rocky Balboa (2006), um dos personagens, um comentarista esportivo, se empolga: "Nunca imaginei que um dia eu iria cobrir uma luta do Rocky!" Do lado de cá, eu dizia o mesmo em relação à ir ao cinema para assistir um filme da série (o ep. IV rolou num longínqüo 1985 e preferi não ver o desacreditado ep. V em 1990). Provavelmente, era este mesmo o recado que Sylvester Stallone - e seus diálogos são diretos como um gancho de direita, rá-rá - quis mandar: se você ainda não viu um Rocky movie devidamente acomodado em uma sala escura, com todos os acessórios refri-pipoquísticos, e com a geral indo ao delírio a cada punch desferido, esta é sua última chance. Sim, a série Rocky foi importantíssima a este ponto, sendo a catalisadora de papos de boteco por, no mínimo, umas três gerações.
Vejo cinéfilos xiitas - a-a-a-pleonasmo-tchimm - se contorcerem de desdém quando lembrados que Rocky, Um Lutador ganhou Oscar e o escambau. Que tirou Sly do gueto, alavancou uma franquia zilionária e foi um dos maiores símbolos do cinema pop. Que Bill Conti nunca foi tratado como um John Williams ou um Jerry Goldsmith, mas compôs um dos temas mais conhecidos da História. Que o boxe profissional ganhou uma legião de adeptos cujo primeiro contato com o esporte foram os catiripapos absurdos dos filmes. E que tudo isso tenha sido criado, medido e pesado pela balança ergométrica de Stallone.
Aquela estátua de bronze estava certa. Rocky Balboa é um ícone. Não tem erro. Além de personificar a figura do working class hero à perfeição, a saga do personagem é uma fábula perneta de superação às mazelas da vida e de amor ao esporte. E uma das maiores produtoras de clichês dramáticos e de ação dos anos mil novecentos e oitenta. Sim, a minha geração se rendeu diante do discurso populista e repleto de emoções baratas - sempre as mais eficientes - constantes em Rocky, a série. Porque Mick (saudoso Burgess Meredith) era uma figura paterna que emocionava pra valer, porque Clubber Lang era o sujeito mais execrável da face da Terra por desrespeitar Adrian daquele jeito ("ei mulher... quer conhecer um homem de verdade? Vamos pro meu apartamento"), porque o robô soviético Ivan Drago era assustador, porque eu também fiquei chocado com a morte de Apollo, o Doutrinador, porque Paulie foi um irresponsável por perder toda a fortuna do clã Balboa, porque Tommy Gunn foi um maldito ingrato por trair Rocky depois de tudo que ele fez, porque...
Bem, lá estava eu entrando na sala para assistir um Rocky. Era a minha última chance." [continua]
Depois de escrever a resenha de Rocky Balboa, resolvi passar no supra citado blog para ver se o Dogma já havia escrito alguma coisa. Esperava, não nego, que o Black Zombie detonaria o último episódio da saga Rocky e, para minha supresa, fez consideráveis elogios à Stallone e à película protagonizada pelo Garanhão Italiano.
Curiosos? Segue um trecho do comentário de Dogma sobre Rocky Balboa:
"Em certo momento de Rocky Balboa (2006), um dos personagens, um comentarista esportivo, se empolga: "Nunca imaginei que um dia eu iria cobrir uma luta do Rocky!" Do lado de cá, eu dizia o mesmo em relação à ir ao cinema para assistir um filme da série (o ep. IV rolou num longínqüo 1985 e preferi não ver o desacreditado ep. V em 1990). Provavelmente, era este mesmo o recado que Sylvester Stallone - e seus diálogos são diretos como um gancho de direita, rá-rá - quis mandar: se você ainda não viu um Rocky movie devidamente acomodado em uma sala escura, com todos os acessórios refri-pipoquísticos, e com a geral indo ao delírio a cada punch desferido, esta é sua última chance. Sim, a série Rocky foi importantíssima a este ponto, sendo a catalisadora de papos de boteco por, no mínimo, umas três gerações.
Vejo cinéfilos xiitas - a-a-a-pleonasmo-tchimm - se contorcerem de desdém quando lembrados que Rocky, Um Lutador ganhou Oscar e o escambau. Que tirou Sly do gueto, alavancou uma franquia zilionária e foi um dos maiores símbolos do cinema pop. Que Bill Conti nunca foi tratado como um John Williams ou um Jerry Goldsmith, mas compôs um dos temas mais conhecidos da História. Que o boxe profissional ganhou uma legião de adeptos cujo primeiro contato com o esporte foram os catiripapos absurdos dos filmes. E que tudo isso tenha sido criado, medido e pesado pela balança ergométrica de Stallone.
Aquela estátua de bronze estava certa. Rocky Balboa é um ícone. Não tem erro. Além de personificar a figura do working class hero à perfeição, a saga do personagem é uma fábula perneta de superação às mazelas da vida e de amor ao esporte. E uma das maiores produtoras de clichês dramáticos e de ação dos anos mil novecentos e oitenta. Sim, a minha geração se rendeu diante do discurso populista e repleto de emoções baratas - sempre as mais eficientes - constantes em Rocky, a série. Porque Mick (saudoso Burgess Meredith) era uma figura paterna que emocionava pra valer, porque Clubber Lang era o sujeito mais execrável da face da Terra por desrespeitar Adrian daquele jeito ("ei mulher... quer conhecer um homem de verdade? Vamos pro meu apartamento"), porque o robô soviético Ivan Drago era assustador, porque eu também fiquei chocado com a morte de Apollo, o Doutrinador, porque Paulie foi um irresponsável por perder toda a fortuna do clã Balboa, porque Tommy Gunn foi um maldito ingrato por trair Rocky depois de tudo que ele fez, porque...
Bem, lá estava eu entrando na sala para assistir um Rocky. Era a minha última chance." [continua]



2 comentários:
Sou um cinéfilo de plantão, porém ainda estou com o pé atrás com esse novo filme, e por vários motivos: o Sivester Stalone não é mais o mesmo, a produção não é a mesma, os filmes não são mais os mesmos e nós não somos mais os mesmos..
Mas como recordar é viver, quem sabe eu não mudo de opinião e pago a minha língua afiada.
Só posso lhe dizer que ele está causando reações diferentes nas pessoas (e nos próprios fãs da saga).
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