"A inacreditável desfaçatez dos parlamentares que duplicaram seus salários --o coroamento do que vem sendo apontado como a pior legislatura de que se tem notícia em nossa história-- tem pelo menos um fato positivo. E não é pequeno.
Raras vezes se viu tamanha manifestação, de norte a sul, envolvendo todas as classes sociais, e com tal intensidade, contra o desperdício de recursos públicos. Os parlamentares conseguiram sintetizar o incômodo nacional, gigantesco, contra o fato de que pagamos muito impostos e recebemos pouco em troca. Sabemos que só não crescemos mais por causa do peso do Estado. Ou seja, isso significa menos empregos e menos salários.
Os salários dos parlamentares conseguiram gerar uma mobilização que talvez não seja episódico, mas parte de uma maior conscientização dos brasileiros sobre seus direitos e deveres.
É mais um daqueles sinais que marcam mudanças de patamar. Assim como várias manifestações fixaram o limite de que não se conseguirá mais imposto, a revolta dos salários dos parlamentares pode estar dando a dica de que, cada vez mais, a população será mais critica diante dos gastos oficiais.
Nesse detalhe, e nesse, temos de agradecer os parlamentares."
Por Gilberto Dimenstein, editor da Folha
Raras vezes se viu tamanha manifestação, de norte a sul, envolvendo todas as classes sociais, e com tal intensidade, contra o desperdício de recursos públicos. Os parlamentares conseguiram sintetizar o incômodo nacional, gigantesco, contra o fato de que pagamos muito impostos e recebemos pouco em troca. Sabemos que só não crescemos mais por causa do peso do Estado. Ou seja, isso significa menos empregos e menos salários.
Os salários dos parlamentares conseguiram gerar uma mobilização que talvez não seja episódico, mas parte de uma maior conscientização dos brasileiros sobre seus direitos e deveres.
É mais um daqueles sinais que marcam mudanças de patamar. Assim como várias manifestações fixaram o limite de que não se conseguirá mais imposto, a revolta dos salários dos parlamentares pode estar dando a dica de que, cada vez mais, a população será mais critica diante dos gastos oficiais.
Nesse detalhe, e nesse, temos de agradecer os parlamentares."
Por Gilberto Dimenstein, editor da Folha
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